As deusas da justiça

Leonardo Pedro Ramirez Cunha[1]

(Profª.orientadora (Ms) Rosângela Paiva Spagnol

         O mundo é um mito, as culturas são eivadas de mito. O mito faz parte da vida das pessoas que por sua vez precisam do mundo imaginário para que possam suportar as realidades que muitas vezes são bem diferentes das suas expectativas. Tais mitos chegam a uma importância tal, que as culturas mudam, mas, suas simbologias não. Aí, se enquadra as figuras mitológicas que envolvem e sempre envolveram o cenário da justiça. É o que pretende essa singela produção: Um breve comento sobre as deusas da justiça e seu universo cultural, a origem das mesmas, seus simbolismos ou  representação de fatos ou personagens reais, exageradas ou não,  pela imaginação popular, ou  pela tradição, mas o fato é que permanece até os dias atuais.

         Um grande exemplo se dá com a deusa Têmis, filha de Urano, (Titã do céu), e de Gaia, (Titã da terra), para proteger sua filha de Uranos, Gaia a entregou aos cuidados de Nix, (deusa da noite), entretanto Nix cansada com os afazeres,  entrega sua filha Nêmesis e sua sobrinha Têmis para as Moiras, (deusas do destino),  diz –se que estas,  ensinaram sobre a ordem cósmica e natural das coisas, criando assim duas deusas poderosas, Têmis como (deusa dos juramentos do homem) e Nêmesis  (deusa da retribuição).

         Muitos confundem Têmis como deusa da justiça, mas a deusa da justiça é Diké sua filha com Zeus, tanto é verdade que Têmis nunca carrega em imagens a espada, que é o símbolo o poder coercitivo do direito.

                 Diké simboliza a deusa grega dos julgamentos e da justiça, vingadora da violação da lei. Na sua mão direita é sustentada a espada, simbolizando a força, o poder coercitivo da lei e da justiça do homem, e na sua mão esquerda, era sustentada a balança, uma, doa principais metas buscadas pelo direito, à igualdade, portanto um direito “ison”, de equilíbrio. Seus olhos eram mantidos bem abertos, pois o direito deve ver e ouvir para poder julgar o certo.

              A deusa Iustitia, (deusa romana da justiça), equivalente a deusa Diké na Grécia, porém com algumas diferenças. Diké mantêm os olhos abertos e a espada alta,  já  Iustitia, mantêm a espada baixa, simbolizando uma justiça menos coatora onde só se usara da espada, força, quando necessário, e seus olhos eram vendados, simbolizando a imparcialidade, mostrando que se deve ouvir bem para entender os fatos e julgar bem.

               Ainda há a deusa Maat, (deusa egípcia da justiça e do equilíbrio), era filha de Rá, (deus do sol), e esposa de Tot, (deus-lua), ela era representada por uma pluma de avestruz, também conhecida como pena da justiça e da verdade. A história diz quem o homem que mentir segurando a pena não voltaria a vida após a sua morte, aplicando-se assim a justiça divina. Também a outra como Branwen, (deusa céltica do amor), da soberania e da justiça. 

         Percebe-se que a justiça sempre é representada pela figura feminina, pois dizia que a mulher agia com o sentimento, não somente com a letra da lei, apesar de sempre estar com uma espada, não era o principal objetivo a punibilidade, mas sim a balança que buscava um meio termo, igualdade para uma melhor aplicação da justiça.  

         Depois destas reflexões, vemos que é certo, que apesar da evolução humana, o simbolismo é usado até hoje para a aplicação do Direito, como princípios principais para uma justiça valida, sendo utilizada a divindade como meio próximo à real noção do justo. 

Referencia Bibliográfica:

BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia grega. 13. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.

GRIMAL, Pierre. Justiça, in Dicionário da Mitologia Grega e Romana. 3. Ed. Algés: Difel, 1999.

BULFINCH, Thomas. O Livro de Ouro da Mitologia - Histórias de Deuses e Heróis. São Paulo: Martin Claret, 2006.

ROBLES, Martha. Mulheres, Mitos e Deusas: O Feminino através dos tempos. São Paulo: Aleph, 2006. 

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Maet

Acesso em: 8 de maio de 2011.

Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%AAmis

Aceso em: 9 de maio de 2011.

---

[1] o autor é aluno do 3º período de direito.