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sábado, 4 de junho de 2011

Sócrates

Leticia Martines Ribeiro de Oliveira


“Não tenho outra ocupação senão a de vos persuadir a todos, tanto velhos como novos, de que cuideis menos de vossos corpos e de vossos bens do que da perfeição de vossas almas, e a vos dizer que a virtude não provém da riqueza, mas sim que é a virtude que traz a riqueza ou qualquer outra coisa útil aos homens, quer na vida pública quer na vida privada. Se, dizendo isso, eu estou a corromper a juventude, tanto pior; mas, se alguém afirmar que digo outra coisa mente.”

Sócrates, durante a sua defesa contra a acusação de Meleto.
 
Biografia de Sócrates

Sócrates nasceu em Atenas por volta de 470 ou 469 a.C., era filho de um escultor chamado Sofronisco, e de uma parteira, Fernareta. Durante algum tempo seguiu a profissão paterna, mais tarde casou-se com Xantipa, com quem teve filhos. Sempre fora um homem despreocupado com os bens materiais, em busca de aproveitar os prazeres que a vida lhe oferecia, porém sempre atento aos exageros. Uma das suas atividades rotineiras era conversar, principalmente entre os jovens, despertando admirações destes, criando seguidores e principalmente recebendo críticas, como de sua esposa, por exemplo, que sempre sugeria que ele devesse cobrar por esses “diálogos” assim como os sofistas, no qual ele tanto se opunha.
Em 482 a.C., quando a cidade de Atenas e Esparta entraram em conflito, a chamada Guerra de Peloponeso, Sócrates participou ativamente, destacando-se pela bravura e pelas demonstrações de resistência física. Em um momento do conflito ele salvou a vida de Alcibíades, que mais tarde tornou-se um importante político e militar. Em outra ocasião, por volta de 424 a.C. em Délio, participou de uma campanha militar, quando os atenienses foram derrotados pelos tebanos, e veio a salvar a vida de Xenofante.
Dentre esses e outros fatos, o mais marcante para a sua vida foi a declaração dada pelo Oráculo de Delfos a seu amigo Querefonte, no qual dizia que ele era o homem mais sábio de todos. A partir desta declaração a vida de Sócrates tomou um rumo totalmente diferente: acreditando ser uma missão ele buscou descobrir a verdade, utilizando um método próprio conhecido como maiêutica, onde procurava descobrir entre aqueles homens que ele julgava ser sábio, se o Oráculo estava errado, vindo a saber que na verdade todos que ele interrogara eram os mais ignorantes, apenas não aceitando esta verdade. Por isso ele concluiu que o Oráculo não mentira, ele era mais sábio, pois sabia que nada sabia.
Por conta dessa missão, que segundo ele fora atribuído pelo deus Delfos, Sócrates cultivou muitos inimigos, pois com a maiêutica colocava a prova muitos talentos e reputações, mesmo não sendo este o seu objetivo. Dentre os inimigos, destaca-se o poeta Meleto, Ânito um rico curtidor de peles e influente orador e político e por fim Lícon que sob as alegações de corromper a juventude, não reconhecer os deuses da Polis e introduzir novas divindades o acusaram frente a um tribunal popular.
Após apresentar a sua defesa e mostrar diante de todos que nem o próprio Meleto sabia do que o acusava (corromper a juventude) por sessenta votos ele foi condenado, porém mesmo podendo fixar a sua própria pena ele escolheu a pena que o Meleto havia pedido: pena de morte, pois se proposse outra mais leve, para ele seria o mesmo que reconhecer a sua própria culpa, sendo condenado então a morrer bebendo cicuta.
Depois de preso, sua execução fora adiada por trinta dias pela espera do navio oficial que todo ano ia a um santuário para comemorar a vitória de Teseu sobre o Minotauro, personagens da mitologia grega. Enquanto isso seus amigos e seguidores preparam uma fuga para evitar a sua iminente morte e mesmo suplicando-lhe de nada adiantou, pois Sócrates não aceitava e nem poderia conviver com a sua consciência. Quando finalmente chega o dia de sua morte, Sócrates, após despedir de sua esposa, filhos e amigos, toma com um só gole o veneno da cicuta e assim foi o fim de um grande homem.

“Bem, é chagada a hora de partirmos, eu para a morte, vós para a vida. Quem segue melhor destino, se eu, se vós, é segredo para todos, exceto para a divindade.” Sócrates, depois de condenado.


Obras via  Platão e Xenofonte

Todo o seu ensinamento, atividades, pensamentos e história provêm de seus discípulos, sendo que o próprio Sócrates nada deixou escrito, sendo comum, no entanto encontrarmos nas obras que dele falam a nítida admiração que seus seguidores lhe tinham e também diferentes perfis de uma mesma pessoa, sendo apresentado sempre, em diversas obras, como o centro de sabedoria e virtude.
Os principais discípulos que lhe utilizaram como inspiração e escreveram sobre ele foram Platão e Xenofante, sendo que Aristófanes lhe fez algumas caricaturas, mas sempre no sentido de lhe combater e satirizar.
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<!--[if !supportFootnotes]-->[1]<!--[endif]--> <!--[if !supportFootnotes]-->[1]<!--[endif]--> A aluna autora é graduanda em direito do 3º período em Direito.

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