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sexta-feira, 3 de junho de 2011

O início da sociologia: uma síntese sobre Comte e Durkheim


Aline Costa da Silva[1]
Orientadora: Profª Ms. Rosângela Paiva Spagnol

A sociologia foi reconhecida com ciência somente no século XIX, “nasceu” em uma época em que por conta da revolução industrial e de um lado e por outro a revolução Francesa, houve alterações significativas no modo de vida das pessoas em geral. O êxodo rural que ocasionou uma urbanização em massa e consequentemente houve aumentos significativos na criminalidade, prostituição, alcoolismo entre outros problemas, ou seja, numa época de profundas transformações para a sociedade, trazendo um novo modelo a ser desafiado nas relações sociais e jurídicas  como dizer de LOCHE (1999) assim o qualifica:
“O processo de produção de bens e mercadorias passou a integrar as diferentes regiões dos países europeus e criou uma grande  massa de trabalhadores assalariados que dependiam, exclusivamente, da venda de sua força de trabalho, para sobreviver, essas pessoas viviam em péssimas condições de vida e eram sistematicamente exploradas pelos capitalistas. A miséria urbana as péssimas condições de vida da classe trabalhadora e sua situação de marginalidade dentro da estrutura social do período, foram tematizadas pelos pensadores e transformaram-se em princípios básicos da reflexão sociológicas”.[2]

Sob essa visão admite-se que foi neste cenário que começaram a surgir análises sociológicas em um ambiente permeado com novos tipos de relações sociais e econômicas.
O seu estudo tem como escopo a vida social e as leis que regem os fatos sociais. Com esse intuito surgiram sociólogos que através de métodos e técnicas específicas elaboraram conceitos para explicar a vida em sociedade.
AUGUSTO COMTE, (filósofo francês, nascido em Montpellier, 19 de janeiro de 1798 — Paris, 5 de setembro de 1857) é considerado um dos fundadores da sociologia,  juntamente com Durkheim. Ele buscava na sua filosofia positivista conciliar a ordem junto com o progresso, pois, para ele a ordem era condição essencial para se chegar ao progresso.
ÉMILE DURKHEIM (filósofo francês, nascido em Épinal, 15 de abril de 1858 — Paris, 15 de novembro de 1917) é considerado um dos pais da sociologia moderna foi o responsável pela sociologia ser vista hoje como uma ciência através de sua ideia de cisão entre o sujeito de conhecimento e o objeto a ser estudado. Seus estudos se iniciaram, primeiramente, sobre os fatos sociais que para ele era a moral social que é externa e independente dos indivíduos e também se impõem a todos. Após isso, ele voltou a sua atenção para estudar o que unia os indivíduos aos grupos sociais, foi então que chegou ao conceito de solidariedade mecânica, onde a consciência coletiva é forte quase inexistindo a ideia de indivíduo, esta era uma característica das sociedades simples. O segundo conceito trata-se da solidariedade orgânica, esta foi resultante da divisão social do trabalho que surgiu dentro de uma sociedade complexa, onde o indivíduo ressurge se diferenciando dentro do organismo social. Por fim ele definiu uma nova e possível fonte de solidariedade que é a própria divisão social do trabalho.
Conforme percebemos a sociologia embora uma ciência nova veio para preencher as lacunas existente no “mundo do saber”, pois até então tínhamos várias ciências que buscavam e ainda buscam explicar as questões além do ser humano e até mesmo dentro do ser humano, como as biológicas, porém o fato mais comum e presente em nossas vidas, durante vários séculos, que é a vida em sociedade ainda não tinha se transformado em um objeto de estudo, embora Aristóteles tenha difundido a filosofia social, mas diferentemente da filosofia a sociologia busca ir mais além em seu estudo, portanto esta é uma ciência necessária e de extrema relevância, principalmente para os operadores do direto que buscam sempre resolver os conflitos de interesses existentes dentro da sociedade.

BIBLIOGRAFIA:
CASTRO. Celso Antônio Pinheiro de. Sociologia e Direito, fundamentos da sociologia geral, sociologia aplicada ao direito. 1ª Ed. São Paulo: Atlas, 1979.
LOCHE, A. ET al. Sociologia jurídica Estudos de Sociologia, Direito e Sociedade. São Paulo: Síntese, 1999.


[1] A autora é aluna do 3º período do curso de Direito da Faculdade Barretos.
[2] LOCHE, A. ET al. Sociologia jurídica Estudos de Sociologia, Direito e Sociedade. São Paulo: Síntese, 1999. p. 10.

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